Na claridade da sala
Me pediram barba feita.
Me deram roupas limpas.
Me deram um número, um maldito número.
Milhões de informações e suicidas ainda viram a esquina com lábios blindados.
Os livros que preenchem minha estante negam o seu torpor.
Que vício me fará dormir em meio a tanta claridade de egos.
A vida de álibis, desgraçadamente feliz.
Tudo pronto, rápido, descartável, o sexo caro, barato, à vantagem
assertiva.
A confiança cada vez mais fora, cada vez mais no produto. O novo.
O ter para permanecer se canoniza.
Não escreverei que agora choro.
Que escrevo para diminuir a presença do meu silêncio.
Que tenho dor, muita dor, que tudo que tenho tão cheio.
Tão empírico, dói de viver tão vivo, dentro de um único círculo.
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